Numa época não muito distante, praticamente nenhum navegador conseguia fazer frente ao domínio do Internet Explorer 6, até que um programa de nome Firefox começou a se popularizar e a ameaçar a hegemonia do browser da Microsoft. Abas, extensões, rapidez, enfim, uma solução adequada ao que os usuários precisavam. Mas, tempos depois, um navegador de nome Chrome chegou impondo novos conceitos e o Firefox passou à condição que tão bravamente combatia: um software preso no tempo.
Ok, talvez eu esteja exagerando, mas o fato é que a Mozilla demorou a dar uma resposta à tendência de navegadores com interface “clean”, renderização por hardware e melhor rendimento para evitar travamentos ou consumo elevado de recursos. Mas, depois de vários adiamentos, hoje (22/03/2011), a Mozilla liberou oficialmente a versão final do Firefox 4, cuja missão não é apenas a de conquistar novos usuários, mas também a de manter os já existentes. Será que consegue?
Interface
A interface do Firefox 4 mostra que a Mozilla entendeu o recado. Os menus do topo desapareceram (mas você pode reativá-los pressionando a tecla Alt) e há apenas um botão no canto esquerdo superior chamado Firefox que concentra as principais funções do programa. Para que dificultar, não é mesmo?
As abas agora aparecem ao lado do referido botão e acima da barra de endereços, aproveitando bem o espaço disponível em tela, ao contrário do Internet Explorer 9, que deixa uma área inútil por ali. Para que não gostar disso, é possível fazer a barra de menus ir para baixo clicando no botão Firefox e indo em Opções / Aba em cima.
Ali, há também uma barra de buscas, que eu acho que poderia ser integrada à barra de endereços, tal como acontece no Chrome e no Internet Explorer 9. Também a exemplo dos navegadores concorrentes, a barra de status que ficava na parte de baixo do programa não é exibida por padrão. Qualquer informação que tenha que ser mostra ali aparece por cima da página.
Novas funcionalidades
Entre as novas funcionalidades do Firefox 4 está a fixação de abas como aplicativo. Esse modo faz com que a aba exiba somente o favicon da página acessada, sendo ideal para aqueles sites que deixamos abertas o dia inteiro, como o webmail, por exemplo. Para ativar esse modo, basta clicar com o botão direito do mouse na aba e marcar a opção Afixar como aplicativo.
Outros destaques
No aspecto da compatibilidade, o Firefox 4 não faz feio. Não fiz testes detalhados, mas a Mozilla garante que o navegador tem amplo suporte a HTML5, CSS3, SVG e WebM, este último um novo formato de vídeos para a internet proposto pelo Google, que sinceramente não sei se vai pegar.
Eis outro aspecto que não testei demoradamente, mas existe, tal como nos navegadores concorrentes: aceleração por hardware, mais precisamente pela GPU. Pode ser uma boa ideia desativar esse recurso em laptops, para poupar energia. Para isso, vá em Firefox / Opções /Avançado / Geral e desmarque a opção Quando disponível, usar aceleração por hardware.
Sabe-se também que um dos atrativos do Firefox é a sua ampla diversidade de extensões. O lado negativo dessa história é que é necessário reiniciar o navegador depois de instalá-las. Na versão 4, a Mozilla implementou um esquema já existente no Chrome: a possibilidade de instalar plugins sem necessidade de reinicialização. O único problema é que poucas extensões suportam esse modo. Espero que esse cenário seja revertido em breve.
Desempenho
Como você certamente percebeu, testei o Firefox 4 para Windows 7, portanto, não posso opinar sobre o desempenho do navegador em outros sistemas operacionais. No sistema da Microsoft, o novo navegador se saiu bem em meus testes.
Em comparação com a versão anterior, o Firefox 4 abre mais rápido, não travou nenhuma vez, parece ser menos afetado por extensões “pesadas” e alterna entre abas quase que instantaneamente. O consumo de memória RAM parece ter melhorado, mas não muito: considerando uma média de 8 páginas que eu mantenho abertas frequentemente, o consumo estava em 329 MB. Na versão anterior, esse número era de pouca mais de 400 MB.
No entanto, não posso negar que o Chrome continua imbatível no que se refere ao desempenho. As mesmas oito páginas não ocuparam mais que 200 MB de memória quando abertas nele, sem contar que o carregamento destas foi mais rápido também, embora a diferença não seja gritante.
De qualquer forma, só utilizando o Firefox 4 por mais tempo para saber se o browser convence ou não em termos de desempenho.
Vale a pena?
Considerando as tendências atuais, pode-se dizer que a Mozilla fez a lição de casa com o Firefox 4, apesar do atraso. No aspecto das novidades, o navegador tem alguns recursos interessantes, mas que não são suficientes para considerá-lo uma “revolução”. Dizer se o browser vale a pena ou não para você é difícil, afinal, cada pessoa tem suas preferências, mas em termos gerais trata-se de um bom navegador, com recursos suficientes para se manter na disputa pelo mercado.
Lançar atualizações com mais frequência parece ser tão importante que, novamente seguindo o exemplo do Chrome, a Mozilla poderá disponibilizar as versões 5, 6 e 7 do Firefox ainda em 2011, com a possibilidade da quinta edição aparecer já em junho.
Independente da estratégia adotada, torço para que o Firefox continue firme e forte na briga, afinal, é mais uma opção considerável para reforçar o poder de escolha do usuário.
O Firefox 4 pode ser baixado no site da Mozilla.
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